Esse meu jeito de amar
Não tem jeito
Quando vejo
Puft!!!
Caí de paixão.
E a boca
Machucada
Sofrida
Vem de longe...
E quase se desmanchando
Diz: te amo.
Um a um
Grito.
Aflito?
Não...
Grito daqueles que buscam
E saboreiam a poesia
No momento do encontro.
Tão perto
O...sono...
alucina
contagia.
Ah... mas você vem
aquece minhas costas
enche todos os espaços de
mim.
E quando vejo...
durmo um sono eterno.
O relógio do mundo
Não tenho tempo
tic-tac tic-tac
tic-tac
Não tenho tempo
tic-tac
tic-tac tic-tac
Assim diz o relógio
na parede do vento.
Que tristeza!
Que lamento!
Ah, quem dera
se eu pudesse
tirá-lo desse tormento.
Tic-tac vai passando
vai crescendo...
vai morrendo...
Longe...bem longe...
Está o seu pensamento.
Mas um dia tic-tac
Não tem tempo para acordar.
Passam horas, passam dias
Sem ninguém incomodar.
Eis que surge uma menina
Tão solta, alegre e
sujinha
Tic-tac! Tic-tac!
Também quero passear!
Tic-tac foi sozinho.
Não esperou.
Pobre menininha!
Seu coração segurou.
Tic-tac lá de longe
uma coisa segredou:
“Crianças são anjinhos,
que Deus empresta um
pouquinho,
para o homem fazer de conta
que está no paraíso...”
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Não tenho tempo
Assim diz o relógio
na parede do vento.
Era uma vez
Nascia...
Linda e imaculada.
Suave sumia no ar.
Até que ...
Pluft!
Já não era mais uma bolha de sabão.
Palavras
São tantas
E nem tudo dizem.
Doce
L e v e
Quente
NOBRE
Qual o melhor nome
para o silêncio de depois?
para o silêncio de depois?
Ai que amor de passarinho
Para Maria das Neves
Um casal de passarinhos
Corria a fazer um ninho.
Ele levava
levava
levava
levava
no bico os gravetinhos.
E quando ficou bem... cheio
quentinho
arrumadinho
ele lá deitou
os seus quatro ovinhos.
Ele voava
Rodava
Cantava
Parecia até que amava.
Mas um dia...
no chão
oh, não!
Os quatro passarinhos
Procuravam gravetinhos...
Conversa de
cigarras
Deixe-me ouvir o seu canto
para ver se o meu pranto se desmancha
ouvindo o seu...
Enquanto isso
É noite.
Em meu sonho
Risos infantis
Vêm e vão.
E quando vêm...
Levanto.
Procuro.
Encontro.
Pssssiu!!!
São dois anjinhos da guarda brincando ao pé do berço.
Nossa casa
Branca
Mimosa
Cheia de luz...
Um quintal verde
Pontilhado de sabor.
Na cozinha distante
Hum... o vapor.
E no quarto...
O amor dá o tom.
Poetando
Uma vez tentei fazer um poema
Pensei...pensei...
E quando parei
Morri um pouquinho.
A palavra calou o instante
Eu não mais morria
Apenas me via no espelho.
Assim nasce uma flor
Frio
Arrepio
É quase uma dor.
Faço
Desfaço
Choro
Imploro...
Na hora do amor.
Da vida... não quero mais nada!
Tempestade
...Hum que cheiro...
Vem do chão.
Tuuuummmmm!!!
Sinto medo
Um trovão!
Olha! Um pingo de chuva molhou minha pele
E inundei-me no seu amor.
EU...
...sonho
...suspiro
E o amor enche minh’alma de açúcar.
Nas nuvens
Quando então voei
Lá de cima eu vi
Um pedacinho de mim dormindo em você.
Sinto muito
Sentir sentindo o outro lado
É estar amarrado no meu próprio ser.
Sinto que sou um sentimento
Tão enrolado...
Só há eu e você.
Bato
Rebato
Pressinto o perigo de não existir.
Volto
Revolto
Encontro abrigo e não quero partir
E aí?
Eu...
Sonho.
Doce, leve, sensual.
Suspiro...
É tudo igual!!!
Melodia do
amor
Amei.
De tanto que amei...
...lambuzei.
Foi assim:
Hoje um sonho acordou em mim...
sonhei que estava sonhando
pensei que estava pensando
amei e estava amando.
Poesia
Na dor
Na flor
No amor
No rancor?
No rio
No fio
No cio
tardio?
E a poesia?
Mesmo que esteja longe
ainda que seja pouca
há sempre o olhar de um poeta
mirando esta vida louca.